Pesquisa revela comportamento digital da comunidade LGBTQIA+

76% fazem compras online 52% acreditam que conteúdos devem fugir de estereótipos

Crédito: Christian Lue/ Unsplash

Redação Fast Company Brasil 2 minutos de leitura

A Nielsen, empresa de medição, dados e análises de audiência, divulgou em junho a segunda edição da pesquisa “Comunidade LGBTQIA+: o que está em foco?”. O levantamento entrevistou 602 pessoas de todo o país, sendo 50% membros da comunidade, analisando setores como mídia digital, varejo, e-commerce, streaming e serviços.

Além disso, a pesquisa retratou comportamentos de consumo, presença no ambiente online, opinião sobre influenciadores e representatividade em propagandas, fazendo um comparativo entre a comunidade LGBTQIA+ e a população em geral.

Sobre como a inclusão pode ser ampliada em conteúdos e propagandas de marcas, 52% dos entrevistados afirmam que é preciso evitar estereótipos, enquanto 47% acreditam no envolvimento da comunidade LGBTQIA+ nesse quesito. Outros 47% também defendem que a inclusão deste grupo deve estar enraizada em todas as áreas de uma empresa, não apenas na publicidade e na programação.

Grande disseminador de tendências, o público LGBTQIA+ é um dos que mais consome TV paga e aberta, bem como séries por streaming. A Netflix é a plataforma favorita de 90% dos entrevistados, sendo que 86% afirmaram assistir a séries. O YouTube é acessado por 79% para ouvir música. Quando o assunto é notícia, 72% preferem a televisão.

PRESENÇA ONLINE E CONSUMO

Esse público fica mais tempo conectado no Instagram e no Twitter do que a média da população. Os dados revelam que membros da comunidade LGBTQIA+ dedicam, em média, 2,22 horas ao Instagram, contra 1,73 no caso do público em geral.

Grande disseminador de tendências, o público LGBTQIA+ é um dos que mais consome TV.

O estudo aponta que os usuários do Instagram são prioritariamente jovens (18-44 anos). Mulheres (LGBTQIA+ e população geral) utilizam mais que os homens, principalmente para acompanhar: família e amigos (64%), memes e vídeos engraçados (58%) e influenciadores (58%). Em relação ao Twitter, a comunidade passa em média 0,88 horas nesta rede social, enquanto a população em geral dedica apenas 0,59 horas.

Ainda segundo o estudo, 76% dos consumidores LGBTQIA+ realiza compras online e recorre ao uso de smartphones para efetivar suas novas aquisições, em comparação a 70% na população em geral.

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Quando questionados sobre quanto tempo dedicam semanalmente a influenciadores, o público em geral investe cerca de uma hora a mais do que a comunidade LGBTQIA+, com média de 4,5 horas e 3,5 horas, respectivamente.

As empresas precisam pensar e agir sobre a causa da diversidade durante todo o ano.

No entanto, a preocupação com a responsabilidade social é fator determinante para comunidade LGBTQIA+. Para 29% dos entrevistados, o compromisso com o tema é essencial para acompanhar um influenciador. Entre a população em geral, este número fica em 25%.

“Acreditamos que todas as pessoas importam e, para construir um ambiente de mídia mais diverso, é nosso papel representar este público”, afirma Sabrina Balhes, líder de measurement da Nielsen Brasil. “Não apenas no cenário de consumo de mídia, mas também no sentido de fomentar a inclusão para que seja visto e considerado em todas as esferas da sociedade.”

Segundo ela. no caso específico da publicidade, é comum ver muitas campanhas apoiando a causa LGBTQIA+ em junho, mas é necessário ir além do mês do orgulho. As empresas precisam pensar e agir sobre esta causa durante todo o ano, promovendo políticas públicas e corporativas para que haja uma inclusão real dentro dos mecanismos da sociedade.


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