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ARTIGO – Chega de pessimismo: a logística mostra aceleração

Tenho ouvido muita gente pessimista em relação ao cenário econômico do país. Não quero ser ingênuo, mas espero de fato que tudo avance para o melhor. E as pesquisas comprovam isso. A Sondagem do TRC, estudo divulgado recentemente pelo Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), trouxe dados importantes sobre como foi o ano passado para esse setor, além de ser um termômetro sobre como o mercado de transportes de carga vai se comportar em 2023.

O balanço geral da receita das cerca de 100 empresas pesquisadas foi positivo: 81% delas cresceram, com um faturamento médio 16% superior a 2021. Mas será que esses números poderiam ser melhores? Com certeza sim.

No ano passado as empresas não repassaram a maioria dos custos aos clientes. E, como não dá para prejudicar mais o desempenho financeiro, a saída foi barrar novas contratações e investimentos. Já para esse ano, os ares estão mais equilibrados, com 51% planejando novas contratações CLT e 20% preferindo a terceirização.

A boa notícia é que o volume transportado cresceu 13,1%, número que será ainda melhor, já que a safra de grãos 2022/23 deverá crescer 14,5%. Só que o preço do frete não acompanha a empolgação de recorde da safra.

Para 47% dos entrevistados ele se manterá estável, enquanto 27% acreditam que vai piorar e 25% acham que haverá melhora. Na verdade, essa é a maior incógnita para o ano de 2023! Cenário internacional conturbado, mudanças esperadas na Petrobras, gangorra no preço do diesel pela queda do dólar, tudo pode acontecer.

Ainda segundo a Sondagem do TRC, a média de idade da frota própria teve redução de 0,5 ano, número que em 2023 deve diminuir por conta da regulamentação do Programa Renovar, promovido pelo Governo Federal.

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Nele, caminhões com mais de 30 anos serão recomprados e sucateados, com o caminhoneiro recebendo o valor de mercado do veículo. Os recursos virão de empresas contratadas para exploração e produção de petróleo e gás natural. A agenda com o início e os próximos passos pode sair nos próximos meses. Com dinheiro no bolso, muitos profissionais procurarão veículos novos ou usados, aquecendo as vendas no setor automobilístico.

Reduzir a idade média da frota sem dúvidas é importante, principalmente para o meio ambiente, que agradecerá milhares de toneladas de monóxido de carbono a menos na atmosfera. Só que, infelizmente, apenas caminhões novos não vão resolver a grave questão do transporte rodoviário no Brasil.

No país 65% das cargas são transportadas por estradas em péssimas condições de conservação. Um pavimento ruim exige mais do motor de um caminhão, que consome mais combustível, diminuindo a rentabilidade do frete. E a conta foi mostrada no Relatório Executivo do Plano Nacional de Logística 2025: empresas e autônomos têm um gasto anual extra de R$4,89 bilhões.

No Nordeste, por exemplo, 71,3% da malha rodoviária têm problemas, o que obriga o desenvolvimento de outros modais, como o aéreo, muito mais caro. A situação é tão grave que só o aeroporto de Recife transportou em 2022 mais 47 milhões de quilos, figurando entre os 10 com maior volume de carga no país.

O investimento para infraestrutura de transporte para 2023 é de R$ 18,7 bilhões, praticamente o triplo em comparação ao ano passado. Uma retomada se inicia, mas ainda é pouco em comparação ao que precisa ser feito.

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Outro movimento que promete otimizar o transporte de cargas é a regulamentação do Documento Eletrônico de Transporte (DT-e). Mais que um simples documento, ele é uma plataforma que vai unificar as obrigações administrativas exigidas em operações de transporte de carga em todos os modais.

A iniciativa vai reunir nesta plataforma mais de 90 documentos necessários no transporte, trazendo mais tecnologia e desburocratizando o setor.

Como deu para perceber, o setor logístico se reinventa e evolui. E tantas transformações têm atraído novos perfis de profissionais. Uma pesquisa realizada pela consultoria Michael Page apurou que essa área é uma das que têm melhor remuneração, onde 80% dos cargos tiveram aumento.

Mais focados em planejamento, melhoria na experiência do cliente e uso de novas tecnologias, esses profissionais chegam ocupar muitas vagas que há poucos anos não existiam.

E o pilar tecnologia traz a importância da informação e decisões baseadas em dados. Mas não são todas as empresas que estão prontas para ter esse nível de maturidade de maneira rápida como a alta gestão pede.

O modal rodoviário, literalmente, carrega o Brasil nas costas. De que maneira a sua empresa vai contribuir para o crescimento do país em 2024?

Artigo escrito por Jarlon Nogueira, CEO da AgregaLog – transportadora digital que oferece soluções inovadoras de logística de transporte para a indústria

Rafael Brusque - Blog do Caminhoneiro

Nascido e criado na margem de uma importante rodovia paranaense, apaixonado por caminhões e por tudo movido a diesel.

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