Por G1 Rio


Selo feed Elcio e Ronnie — Foto: Arte/G1

O PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz, presos nesta terça-feira (12), na Operação Lume, pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, passaram a noite da Delegacia de Homicídios da capital, na Barra da Tijuca. Eles devem ser transferidos para presídios nesta quarta-feira (13).

A expectativa é que Élcio seja levado para o complexo penitenciário de Bangu, na Zona Oeste. Ronnie, por ser PM reformado, não pode ir para presídio comum. Um dos destinos possíveis é o Batalhão Prisional, em Niterói, onde está preso o ex-governador Luiz Fernando Pezão.

A operação

Policiais da Divisão de Homicídios da Polícia Civil e promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro prenderam os dois por volta das 4h30 desta terça-feira.

Segundo a denúncia:

  • O PM reformado Ronnie Lessa, 48 anos, é o autor dos 13 disparos que mataram Marielle e Anderson; ele estava no banco de trás do Cobalt que perseguiu o carro da vereadora.
  • O Ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, 46, dirigiu o Cobalt na noite do crime.

Também foi preso nesta terça Alexandre Mota de Souza, amigo de infância de Ronnie. No apartamento dele, no Méier, foram encontrados 117 fuzis desmontados.

Investigação hi-tech

Desde o sinal emitido pelos aparelhos até o histórico de buscas na internet, a análise de dados de celulares foi decisiva para a polícia chegar aos suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro. O policial reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz foram presos nesta terça-feira (12), quase 1 ano após o crime.

Quase 700 GB de dados foram analisados remotamente, sem que a polícia precisasse ter acesso aos aparelhos.

O delegado que comandou as investigações, Giniton Lages, destacou que não foi a interceptação de conversas telefônicas que fez a polícia chegar até os suspeitos, mas a "quebra de dados telemáticos". Ou seja, a investigação de comunicações feitas à distância, inclusive pelo uso de aplicativos de conversa.

Quem é Ronnie

Considerado um exímio atirador, Lessa atuava como atirador de elite da corporação em algumas operações. De acordo com as investigações, depois de deixar a PM, em 2009, após perder a perna em um atentado a bomba, em Bento Ribeiro, o policial reformado teria passado a usar essa habilidade a serviço do crime organizado.

O policial militar reformado apontado como o autor dos 13 tiros que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes já recebeu homenagem na Alerj: então terceiro-sargento da PM, Lessa recebeu uma moção de congratulações, aplausos e de louvor no fim do ano de 1998.

A homenagem foi do ex-deputado Pedro Fernandes Filho, já falecido, avô de Pedro Fernandes Neto (PDT), outro ex-parlamentar estadual que atualmente é secretário de Educação do governador Wilson Witzel (PSC). O autor da moção também é pai da vereadora Rosa Fernandes (MDB).

Segundo a família do ex-deputado, na época foram homenageados todos os 18 policiais do batalhão de Irajá (9º BPM) que realizaram uma prisão.

Segundo a polícia, o autor do ataque a Lessa é o mesmo que havia tentado matar, também em um atentado com explosivos, o contraventor Rogério de Andrade. Diogo Andrade, filho de Rogério, morreu na ocasião.

Quem é Élcio

Élcio Vieira de Queiroz foi expulso da corporação em 2015, depois de ser comprovado o envolvimento dele com jogos de azar. Em 2011, Élcio foi preso numa operação que expôs o funcionamento da milícia da comunidade Roquete Pinto, em Ramos, na Zona Norte.

As investigações apontam que depois de deixar a corporação, Élcio passou a trabalhar como segurança particular. Segundo o Ministério Público, Élcio e Ronnie são amigos de longa data.

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