Por G1 AP e Rede Amazônica — Macapá


Testes do pezinho e orelhinha estão suspensos na rede pública de saúde do Amapá

Testes do pezinho e orelhinha estão suspensos na rede pública de saúde do Amapá

Desde o fim de novembro os testes do pezinho, realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), e o da orelhinha, realizado na Maternidade Mãe Luzia, não estão sendo feitos na rede pública em Macapá. Os pais dos recém-nascidos que procuram os exames são obrigados a esperar ou custear os procedimentos na rede privada.

Outro teste, o da orelhinha, que não é realizado nas UBSs, também não está sendo ofertado na maternidade. Os exames são importantes para detectar, nos primeiros dias de vida, possíveis doenças nos bebês.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou, por meio de nota, que aguarda recursos para pagamento da empresa responsável pelas análises e diagnósticos dos testes feitos no maternidade e UBSs.

"Assim que normalizado o serviço, um novo cronograma de atendimento será divulgado", completou a nota.

O microempreendedor Eusébio Nunes conta que na maternidade nem mesmo o teste da orelhinha vem sendo feito. Ele diz estar triste pelas pessoas que não têm condições de pagar o exame na rede particular.

"Vim fazer o teste do olhinho, pezinho e orelhinha. Só que está fazendo apenas o teste do olhinho. A gente fica triste com essa situação, porque a gente vai procurar outros meios para poder fazer os testes, mas e as pessoas que não tem condições, como é que faz?", indagou o pai, que estava junto com a filha Nicole, de apenas 5 dias.

Hospital da Mulher Mãe Luzia (HMML), que abriga a maternidade da capital — Foto: Fabiana Figueiredo/G1

O teste do pezinho deve ser realizado nos primeiros dias de vida do bebê. Ele consiste na coleta de sangue do calcanhar ou da mãozinha do recém-nascido. O exame detecta doenças como hipertireoidismo congênito, anemia falciforme e fibrose cística.

As coletas de sangue são feitas nas UBSs e no HMML. Após essa primeira etapa, o material é encaminhado à análise de laboratório contratado pelo governo estadual, para então ser dado o resultado.

A demora em conseguir realizar o exame fez Audiária Fernandes, mãe de um bebê de 5 meses, desistir de fazer o teste da orelhinha, que busca verificar se o recém-nascido possui algum nível de perda auditiva.

"Eu já até desisti porque não tava fazendo e já passou do período dele fazer. O do olhinho e do pezinho fiz na maternidade. Só da orelhinha que não", lamentou a enfermeira.

Sobre o teste da orelhinha, a Sesa explicou que não está sendo feito por conta que o aparelho responsável está com defeito. O exame é feito com uma espécie de fone de ouvido que emite sons. Não foi dada data de retorno do serviço na maternidade.

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