Errando é que se aprende? Culture Code

Sempre acreditei que errar faz um bem danado.

Eu ressignifiquei o "erro" no meu cérebro. Pra mim, errar é um passo necessário para o sucesso. Trump, Warren Buffett, Thomas Edson. Temos milhões de exemplos de pessoas que erraram muito antes de acertar.

Mas nem sempre errar é necessário ou faz bem.

Quando você pode aprender com o erro dos outros ou quando você já errou alguma vez num determinado ponto, não faz muito sentido errar de novo. Apesar de acontecer.

A nossa empresa, a Br24, é uma prova viva desse processo: errar, aprender, evoluir.

Vi empresas ficando para trás ou até quebrando sem uma estratégia de CRM, sem Customer Success, sem Recorrência. Tendo isso no radar, criei essa empresa (depois de fechar duas) desde o dia zero com algumas dessas práticas que eram fatores-chave de sucesso pra mim naquele momento.

Mas nem sempre esses pontos são triviais ou fazem sentido numa determinada etapa da vida do empreendedor ou da empresa.

Aprendi no MBA de Gestão que Visão, Missão e Valores eram essenciais para a formação de uma empresa, mas na minha carreira participei de empresas onde esses conceitos eram apenas um quadro pendurado na parede, não passavam de decoração. Na prática, os funcionários, gestores e até os sócios agiam de maneira oposta ao que era pregado.

Foi então que comecei a contratar novas pessoas para a nossa empresa e fazia questão que no processo seletivo eu explicasse o propósito (Missão), onde a gente queria chegar (Visão), e desafiasse essas pessoas a fazerem parte desse desafio.

No entanto, fazer esse alinhamento na contratação não era suficiente.

Após a lua-de-mel do contratado, aquelas 2 a 4 semanas iniciais, a pressão aumentava, os desafios eram reais e então surgiam os primeiros desalinhamentos. Era problema de comunicação, expectativas desalinhadas com os pares e logo que eu detectava aquilo, atuava de forma corretiva para alinhar novamente as coisas.

Para um gestor que precisa lidar com estratégia, marketing, vendas, produto, sucesso do cliente, fornecedores, contratação, financeiro, parceiros e um monte de outras coisas, ficar mediando conflitos ou micro gerenciando a operação pra coisa andar na velocidade necessária é um passo pra morte.

Foi ai que me dei conta: na minha cabeça o propósito estava muito claro. Ele era o motivo de acordar todo dia, de querer construir algo maior. Mas na cabeça da equipe estava muito vago.

Esse ano, após montar um time mínimo, eu comecei a deixar um pouco as tarefas operacionais, como vender diretamente, delegar mais, motivar, "drivar" a galera para poder me dedicar em tempo parcial para coisas importantes que um CEO precisa fazer.

Aos poucos percebi que uma das coisas mais importantes de um CEO tocar é a cultura. Era ela que regeria a forma que a gente, como empresa, iria conviver e, mais ainda, ir atrás da Missão e Visão proposta.

Percebi que era a cultura (Valores), que precisa estar clara, definida, mas mais que isso, precisava fazer parte da nossa rotina, da nossa prática como time, como empresa.

Pesquisei sobre o assunto, vi como outras empresas estavam fazendo e me dediquei a encontrar o que eram os 7 fatores chave pra nossa cultura. E após um tempo encontrei:

BE POSITIVE

Somos positivos em todas as situações. Procuramos ver o lado bom das coisas, das pessoas, do problema do cliente, da oportunidade de solucionar, dos erros, da oportunidade de aprender.

Acreditamos que encarando as coisas dessa forma, temos chances maiores de sucesso e de conquistar coisas muito maiores.

CUSTOMER FIRST

Sem cliche: o cliente em primeiro lugar. O produto, a comunicação, a venda consultiva, o processo de implementação, o suporte, as novas ideias, tudo gira em torno de resolver para o cliente, de melhorar a vida e o desempenho das empresas e das pessoas.

Quando a gente se coloca na perspectiva de empatia, calçar o sapato do outro, olhando para as nossas necessidades como pessoas e como empresa, vemos que dependemos de outras pessoas, de outras empresas e foi assim que nosso produto nasceu, foi assim que a empresa nasceu para solucionar dores reais de empresas e clientes num vasto mercado mundial.

DATA DRIVEN

A gente ama dados, e por isso, procuramos sempre mensurar tudo o que é possível. Somos guiados por dados quando os temos. Usamos dados na tomada de decisão, na priorização, na melhoria, nos novos testes. O que ainda não pode ser medido, a gente experimenta, mas experimenta mensurando os resultados.

Quando não temos os dados para tomar decisão, ponderamos, discutimos ideias e hipóteses, mas a última palavra é do CEO.

PERFORMANCE

Somos produtivos, ao máximo. Não aceitamos trabalhos manuais e repetitivos, não toleramos retrabalho. Uma vez errando nisso, corrigimos rápido, automatizamos. Sabemos que o mundo gira rápido e queremos entregar melhores resultados para o mercado fazendo o melhor possível da maneira mais inteligente possível.

TEAM WORK

Jogamos juntos. Sabemos que performar é importante, mas a forma de entregar conta muito também. Não acreditamos que conhecimento se divide, mas se multiplica. Por isso, estamos sempre compartilhando. Entendemos a dependência que temos dos nossos pares, de outros setores, dos gestores e de todos em nossa volta. Medimos o impacto das nossas ações e procuramos sempre aumentar a performance juntos.

ALWAYS LEARNING

Aprendemos sempre. Seja errando, seja testando. Somos ávidos por conhecimento, não só pela teoria, mas também pela prática. Acreditamos que preparo é muito importante, mas sair pra jogo rápido, testar, analisar e evoluir faz parte do aprendizado acelerado.

Temos uma iniciativa de compartilhar livros e recomendar artigos de interesse. Gostamos de participar de eventos, visitar outras empresas, conversar com quem já passou ou está passando pelo mesmo desafio que nós.

Aprendemos com os clientes, com parceiros em diversos países. O importante é aprender.

DREAM BIG

Sonhamos grande. Sabemos da velocidade da mudança e do potencial que temos na mão. Queremos dominar o mundo, nem que esse mundo seja o nosso mundo. Nesse mundo, queremos impactar positivamente muitas pessoas e empresas que precisam de nós. Quebramos paradigmas, pré-conceitos e contaminamos os outros com ideias novas, cativantes e de um futuro promissor.

Em tudo que fazemos, miramos lá na frente, miramos lá no alto.

Agora o desafio é, como CEO, agir em total alinhamento com essa cultura, liderar pelo exemplo, evangelizar, zelar pela cultura.

Sei que com o tempo a cultura passa a ser mais forte e orgânica. As pessoas que entrarem a partir de agora estarão alinhadas ou se alinharão pela força da cultura ou serão expulsas naturalmente por ela. As pessoas que permanecem são as que absorveram a cultura.

Sei que não é uma jornada fácil, que ainda vamos errar muito tentando acertar, mas é melhor errar fazendo, que errar por não fazer.

Make it happen, shock everyone.