Enraizando o Antirracismo nas Favelas

Em época de eleições ouvimos muito que o candidato X ou Y é de esquerda ou de direita, mas pouca gente de fato entende isso. Não é meu objetivo fazer desse momento uma aula profunda sobre o tema, mas preciso apresentar as noções básicas para que você entenda o mínimo do que esses termos significam e como eles afetam diretamente a vida do povo preto e favelado. Mais do que isso é necessário apresentar uma saída. A proposta deste texto é mostrar que o aquilombamento é uma saída para a emancipação e autonomia do nosso povo.

Texto, Narração e Edição: Jeferson Rodrigues
Arte da Capa do Episódio: Lorena Portela
Edição de Conteúdo: Julio Cesar de Mendonça Santos Filho
Supervisão de Produção: Jaqueline Suarez
Articulação do Projeto Enraizando o Antirracismo nas Favelas: Tatiana Lima
Música Tema e Sons Complementares: Bismarx

À primeira vista, pode parecer raro entender ancestralidade como tecnologia, mas essa sempre foi a realidade do povo preto. Desde antes do sequestro em África, da escravização e da diáspora.Conhecimento, história e ciência são produzidos, vivenciados e ensinados em comunidade. Família preta ensina, através do passado, a instrumentalizar o presente, garantindo que haja um futuro.  É preciso parar e olhar para todos os modos de produzir a vida que nossos ancestrais nos deixaram como legado. Neste caso, é só olhando para trás que avançamos.

Texto e Narração: Gabriela Anastácia
Edição do Podcast: Euro Mascarenhas Filho
Arte da Capa do Episódio: Natalia Flores
Edição de Conteúdo: Julio Cesar de Mendonça Santos Filho
Supervisão de Produção: Jaqueline Suarez
Articulação do Projeto Enraizando o Antirracismo nas Favelas: Tatiana Lima
Música Tema e Sons Complementares: Bismarx

Entender de que forma as universidades produzem e reproduzem discursos e mecanismos racistas, a partir do currículo, é fundamental para rever o espaço educacional. Visando a transformação, profissionais negras e negros da educação vêm tentando inserir leituras não-hegemônicas nas aulas. Um trabalho para reparar o apagão de autoras e autores negros, indígenas e/ou LGBTQIA+.

Texto e Narração: Cynthia Rachel Pereira Lima
Edição do Podcast: Julio Coelho
Arte da Capa do Episódio: Raquel Batista
Edição de Conteúdo: Julio Cesar de Mendonça Santos Filho
Supervisão de Produção: Jaqueline Suarez
Articulação do Projeto Enraizando o Antirracismo nas Favelas: Tatiana Lima
Música Tema e Sons Complementares: Bismarx

O racismo não é só o fato de alguém ser discriminado, é algo muito maior, é uma estrutura. Não se trata apenas de ofensas e supostas brincadeiras que a gente presencia no dia a dia. O racismo tem diferentes configurações e pode se concretizar de diferentes formas. Uma delas é a falta de acesso aos direitos básicos. Outros exemplos são descritos por Lorena e estão presentes no cotidiano. Acontece quando uma pessoa de pele preta entra numa loja e alguém a persegue, ou quando ela não pode usar um determinado tipo de cabelo no seu emprego. Isso é racismo.

Texto: Gizele Martins e Juliana Pinho

Narração: Juliana Pinho

Arte da Capa do Episódio: David Amen

Edição de Conteúdo: Julio Cesar de Mendonça Santos Filho

Edição do Podcast e Supervisão de Produção: Jaqueline Suarez

Articulação do Projeto Enraizando o Antirracismo nas Favelas: Tatiana Lima

Música Tema e Sons Complementares: Bismarx

Um certo dia chegou um casal na rua procurando meninas para trabalhar e, claro, os vizinhos levaram eles até minha casa, já que minha mãe tinha muitas filhas. Falaram das vantagens de deixar uma de nós ir com eles, pois teríamos uma vida melhor. A promessa era que nós estudaríamos e minha mãe receberia um pagamento todo mês. Minha mãe, muito boa de coração, acreditou. Com essa promessa, eu vim para Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, e uma outra irmã foi para o Paraná. Hoje vejo esses episódios como práticas de tráfico de meninas negras, mas quem ia imaginar uma coisa dessas? Minha mãe só pensou no melhor para nós.

Texto e Narração: Neuza Nascimento

Arte da Capa do Episódio: Raquel Batista

Edição de Conteúdo: Julio Cesar de Mendonça Santos Filho

Edição do Podcast e Supervisão de Produção: Jaqueline Suarez

Articulação do Projeto Enraizando o Antirracismo nas Favelas: Tatiana Lima

Música Tema e Sons Complementares: Bismarx

Lembro de passar tardes inteiras agoniado, com uma angústia que não cabia em mim. E, isso, por volta dos meus sete, oito anos de idade. Morava em uma casa com muita umidade e sem conforto algum. E eu pensava já naquela época: “Cara, eu preciso ser alguém por essas paredes sem reboco, por esse banheiro sem piso e pia, por essa cozinha no chão de cimento. Essa realidade da casa dos meus pais só veio a se transformar em um tempo ainda recente. Mas esse atravessamento segue comigo até hoje. Sim, eu era uma criança ansiosa e com cobranças internas que nenhuma criança merecia ter. Só agora percebo que a estrutura racista que construiu o caminho da minha família desde a escravidão prejudicou muito a minha saúde mental.

Texto, Narração e Edição: Cleyton Santanna
Arte da Capa do Episódio: Yara Santos
Edição de Conteúdo: Julio Cesar de Mendonça Santos Filho
Supervisão de Produção do Podcast: Jaqueline Suarez
Articulação do Projeto Enraizando o Antirracismo nas Favelas: Tatiana Lima
Música Tema e Sons Complementares: Bismarx

Resistir, construir e avançar são verbos que as mulheres negras carregam consigo historicamente de forma consciente ou não. Seja pela demanda cotidiana ou por ativismo político, da luta contra a escravidão em quilombos aos tempos atuais nas chamadas democracias, elas fazem a política nas ruas e nas arenas públicas em todo o Brasil, América Latina e Caribe. Mulheres negras, de diferentes gerações, relembram as origens do dia 25 de julho, o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Contam, também, como mulheres negras criam estratégias de luta e resistência contra a invisibilidade e o silenciamento de suas vozes pelo patriarcado e pelo racismo.

Texto e Narração: Tatiana Lima e Jaqueline Suarez
Edição: Jaqueline Suarez
Arte da Capa do Episódio: Natalia Flores
Edição de Conteúdo: Julio Cesar de Mendonça Santos Filho
Supervisão de Produção do Podcast: Jaqueline Suarez
Articulação do Projeto Enraizando o Antirracismo nas Favelas: Tatiana Lima
Música Tema e Sons Complementares: Bismarx

O ditado iorubá que dá título a este podcast, lembra que a luta por direitos igualitários vem de longe. Pretos e pardos seguem consertando injustiças do passado, enquanto tentam sobreviver com dignidade no presente. O antirracismo precisa ser um projeto político. Para quem é diretamente impactado por esse sistema de opressão não há outra alternativa senão acreditar que é possível transformar essa realidade. Mas é preciso compromisso e participação para mover as estruturas que sustentam essa mesma espiral de marginalização de corpos pretos ou ela vai seguir praticamente intacta. Ano após ano. No presente, no passado e no futuro

Texto, Narração e Edição: Kelly Ribeiro

Arte da Capa do Episódio: Guilhermina Augusti

Edição de Conteúdo: Julio Cesar de Mendonça Santos Filho

Supervisão de Produção do Podcast: Jaqueline Suarez

Articulação do Projeto Enraizando o Antirracismo nas Favelas: Tatiana Lima

Música Tema e Sons Complementares: Bismarx

A lei 10.639, que trata do ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, completou 18 anos em 2021. Segundo o texto, toda escola no Brasil deveria ensinar a “história da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil”. Mas ao atingir sua maioridade, é possível dizer que sua implementação está bem efetivada? Ao conversar com professores que atuam no dia a dia de escolas da rede municipal de ensino, vemos que o caminho para uma melhor institucionalização do ensino da história e cultura afro-brasileiras ainda é longo.

Texto, Narração e Edição: Euro Filho
Arte da Capa do Episódio: David Amen
Edição de Conteúdo: Julio Cesar de Mendonça Santos Filho
Supervisão de Produção do Podcast: Jaqueline Suarez
Articulação do Projeto Enraizando o Antirracismo nas Favelas: Tatiana Lima
Música Tema e Sons Complementares: Bismarx

Em 2019, dez milhões de jovens brasileiros deixaram de frequentar a escola sem ter completado a educação básica. Desses, 71% são negros. De acordo com o estudo "Enfrentamento da cultura do fracasso escolar", realizado pelo UNICEF, aproximadamente 5,5 milhões de crianças e adolescentes não tiveram acesso à educação em 2020. Essa realidade se reflete nas favelas com mais da metade das crianças e jovens sem estudar. O racismo estrutural dita muitas disparidades existentes em nossa sociedade e impacta os indicadores educacionais e socioeconômicos. 

Texto, Narração e Edição: Cleyton Santanna
Arte da Capa do Episódio: David Amen
Edição de Conteúdo: Julio Cesar de Mendonça Santos Filho
Supervisão de Produção do Podcast: Jaqueline Suarez
Articulação do Projeto Enraizando o Antirracismo nas Favelas: Tatiana Lima
Música Tema e Sons Complementares: Bismarx

Desde o surgimento das favelas, é possível perceber que não se pode falar delas sem tratar da relação entre raça, resistência e território. As favelas surgiram em diversos momentos, por vários motivos, em contextos de luta contra a escravatura, da falta de reparações pelos séculos de escravidão, da negação de direitos à população negra no pós-abolição e da falta intencional de políticas públicas de habitação, além da negligência generalizada do Estado com relação aos mais pobres. A luta das favelas ainda está longe de acabar. Resistência favelada é estratégia de sobrevivência. É preciso ser resistência para viver a árdua rotina diária imposta a quem mora nos territórios.

Texto, Narração e Edição: Paulo Gabriel dos Santos
Arte da Capa do Episódio: David Amen
Edição de Conteúdo: Julio Cesar de Mendonça Santos Filho
Supervisão de Produção do Podcast: Jaqueline Suarez e Clara Ferraz
Articulação do Projeto Enraizando o Antirracismo nas Favelas: Tatiana Lima

Sons do Episódio:
“Pelo Telephone” de Donga e Mauro de Almeida, cantada por Bahiano e Coro
“Leblon” de Kevin MacLeod (Atribuição 4.0 da Creative Commons)
“Strut Funk” de Stuart Bogie
Música Tema e Sons Complementares: Bismarx

As meninas negras podem fazer ciência? Existe espaço para mulheres negras nas ciências? É uma pergunta que faz a retórica ficar embargada! O racismo estrutural não permite às meninas negras sonhar. Até quando elas sonham, são rapidamente lembradas que não podem permanecer no sonho. A realidade dessas meninas exige que “elas não percam tempo com isso”. E o lugar que deveria ser da ciência é ocupado pelas frustrações. Mesmo assim, cientistas negras existem, e nesse episódio, conversamos com algumas delas.

Proposição: Cynthia Rachel Pereira Lima e Julio Coelho
Texto e Narração: Cynthia Rachel Pereira Lima
Edição Sonora e Montagem: Julio Coelho
Arte da Capa do Episódio: Raquel Batista
Edição de Conteúdo: Julio Cesar de Mendonça Santos Filho
Supervisão de Produção do Podcast: Clara Ferraz
Articulação do Projeto Enraizando o Antirracismo nas Favelas: Tatiana Lima
Música Tema e Sons Complementares: Bismarx

Sons complementares:
Trecho editado da dublagem do filme "Estrelas Além do Tempo" (2016)
Música "Jakarta Riddim" de Konrad OldMoney

Solidariedades e lutas territorializadas no espaço suburbano dão origem à Feira da Pavuna. A diversidade é característica central das 298 barracas do mercado. De um lado, feirantes e suas barracas de legumes, frutas e verduras. Do outro, um pouco de tudo que é necessário em um lar. Entre um trago na bebida, um jogo, um encontro, uma barraca e uma venda, é possível ver e ouvir o que a Pavuna tem. Esse mercado a céu aberto foi declarado patrimônio cultural imaterial da cidade em 2014, após forte mobilização popular. Frequentadores e trabalhadores da feirinha nos ajudam a contar essa história.

Texto, Narração e Edição: Ingra Maciel
Arte da Capa do Episódio: Natalia Flores
Intérprete de Citação: Fernanda Maciel
Edição de Conteúdo: Julio Cesar de Mendonça Santos Filho
Supervisão de Produção do Podcast: Clara Ferraz
Articulação do Projeto Enraizando o Antirracismo nas Favelas: Tatiana Lima

Músicas do Episódio
Endereço dos Bailes: Mc Junior e Mc Leonardo
Feirinha da Pavuna (Confusão de Legumes): Jovelina Pérola Negra
Música Tema e Sons Complementares: Bismarx

A política de cotas de 2012 abriu as portas do ensino superior para alunos pretos e pardos, pessoas de baixa renda e estudantes de escolas públicas, modificando o perfil daqueles que estão nas universidades públicas do Brasil. Com mais estudantes não-brancos chegando ao ensino superior, a expectativa era de que essa mudança de perfil chegasse também ao quadro de professores. Mas isso ainda está longe de acontecer. A docência nas universidades brasileiras ainda é uma profissão exercida, majoritariamente, por homens brancos. Dentro do universo de quase 400 mil professores universitários, aproximadamente 67 mil se autodeclaram pretos ou pardos, o equivalente a 17%. Nesse episódio, os professores Luiz Fernando Villalba, Flavia Rios e Helena Castro nos ajudam a contar essa história.

Texto, Narração e Edição: Jaqueline Suarez
Arte da Capa do Episódio: Jonatas Ariel
Voz Complementar: Letycia Nascimento
Música Tema e Músicas Complementares: Bismarx
Edição de Conteúdo e Produção: RioOnWatch

Criados nos anos 90, o Pré-Vestibular para Negros e Carentes (PVNC) e a Educafro materializaram o debate antirracista nos territórios de favela. Oferecendo oportunidades que visam a inserção de jovens negros no ensino superior e no mercado de trabalho, o PVNC e a Educafro não perdem de vista o compromisso com debates sociais. Seja com pré-vestibulares ou com formações na área de TI, como no caso da Educafrotech, o intuito é preparar os alunos para uma vida de luta pela emancipação racial.

Texto e Narração: Felipe Bellido
Arte da Capa do Episódio: David Amen
Música Tema e Músicas Complementares: Bismarx
Apoio à Edição Sonora: Matheus Simões
Edição de Conteúdo e Produção Final: RioOnWatch

Quando Rennan da Penha é preso por ser um artista negro e favelado, surge o questionamento: como falar de arte na favela? Como fazer com que a sociedade de forma mais ampla entenda que o funk é uma arte? Que não é crime criar obras de arte sobre seus corpos, frequentemente invisibilizados pela arte branca de classe média, do asfalto? Como fazer com que a sociedade entenda que isso é liberdade de expressão e que descrever experiências que estes corpos oprimidos têm entre si e com seu território é um ato político libertador?

Narração: Vanúbia Close
Texto: Artur Vinicius Amaro dos Santos
Arte da Capa do Episódio: David Amen
Música Tema e Músicas Complementares: Bismarx
Apoio à Edição Sonora: Matheus Simões
Edição de Conteúdo e Produção Final: RioOnWatch

O racismo naturaliza a opressão às pessoas negras em todos os campos de suas vidas, inclusive em sua espiritualidade e em sua fé. Temos acompanhado, desde os tempos coloniais, a violência sistemática contra pessoas de religiões de matrizes afro-brasileiras, como a umbanda ou o candomblé. Além disso, entidades sagradas negras das religiões vindas da África são figuras muito centrais nas narrativas da intolerância religiosa racista. Você já se perguntou por que são sempre as mesmas entidades espirituais pretas a se manifestarem e a serem expulsas em cultos, em nome de Jesus—um Jesus branco de olhos azuis?

Texto e Narração: Jeferson Rodrigues
Arte da Capa do Episódio: Natalia S. Flores
Música Tema: Bismarx
Música Complementar: "Ilú (associado ao Foribale)" do álbum "O Banquete do Rei - Olubajé", que acompanha o livro de mesmo nome do autor José Flávio Pessoa de Barros
Apoio à Edição Sonora: Matheus Simões
Edição de Conteúdo e Produção Final: RioOnWatch

O racismo existe e está enraizado na sociedade, ancorado em falas, comportamentos, atitudes e sistemas que excluem e matam pessoas negras. Mas e na favela? Como a estrutura de preconceito racial se apresenta nos becos e vielas das comunidades cariocas?

Texto e Narração: Gracilene Firmino e Amanda Botelho
Voz Complementar: Jonas di Andrade
Arte da Capa do Episódio: David Amen
Música Tema: Bismarx
Apoio à Edição Sonora: Matheus Simões
Edição de Conteúdo e Produção Final: RioOnWatch

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